Traição no Islã
No mundo ocidental, a
traição é comum, de forma geral, uma vez que não é punida pelo Estado e não é
considerada crime. No caso do mundo islâmico o adultério é tratado de forma
diferente, aqueles que o praticam são punidos pelo governo, punidos de forma
extremamente severa, principalmente se a traição for por parte das mulheres,
que são injustiçadas em muitos pontos.
Nos países em que a
religião muçulmana está diretamente vinculada ao governo, o adultério é
considerado um crime quase que hediondo, já que segundo o Alcorão, livro
sagrado do Islã, os adúlteros devem ser punidos com a prisão perpétua ou com
cem chibatadas. Apesar destas penas serem duras, a que foi adotada nos países
mais fundamentalistas (que seguem os costumes à risca) foi ainda mais rígida do
que estas, tornou-se comum enterrar uma parte do corpo dos adúlteros e
lançar-lhes pedras até a morte, processo conhecido como apedrejamento ou
lapidação. Muitos países islâmicos aboliram essa prática, como o Afeganistão e
o Paquistão, mas alguns grupos radicais, estimulados pela lei islâmica
(Sharia), continuaram praticando o apedrejamento sem o consentimento do Estado.
Nessa punição é possível
notar a extrema desigualdade à qual as mulheres são submetidas, primeiramente
porque o homem islâmico pode ter diversas esposas enquanto que as mulheres são
proibidas tanto de pedirem divórcio como de terem novos relacionamentos, mesmo
depois de viúvas, sem ter primeiro o consentimento do Estado. Por isso as
mulheres são muito mais propensas a serem acusadas de adultério, mesmo que não
o tenha cometido de fato. Não só na acusação, mas também na aplicação da pena
as mulheres são desfavorecidas, se durante o apedrejamento o acusado conseguir
fugir, é considerado livre, e enquanto os homens são enterrados até a cintura,
as mulheres são enterradas até a altura do peito, o que torna a fuga delas
muito mais complicada.
Um caso que há alguns
anos comoveu o mundo ocidental foi o de Amina Lawal, uma nigeriana que após um
relacionamento fora do casamento teve um filho. Amina foi acusada de adultério
e condenada ao apedrejamento, mas o pai da criança foi considerado inocente,
sem sequer ter feito um exame de DNA. A ONG Baobab for Women's Human Rights,
dedicada aos direitos das mulheres, fez uma intervenção e preparou a defesa de
Amina perante o tribunal nigeriano. Graças a isso, a nigeriana foi absolvida da
pena, mas o caso dela foi uma exceção, muitas outras muçulmanas foram
submetidas à mesma injustiça e sofreram a punição.
Assim, tornam-se claras
as absurdas injustiças, tanto de acusação quanto de aplicação penal, às quais
as mulheres estão submetidas no quesito traição, e em muitos outros. Vale a
pena ressaltar que essa não é uma característica exclusiva do Islã, apesar de
estar mais evidente nele, isso acontece em todos os lugares.
Isabella,
nº20, 1ºA
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