domingo, 15 de setembro de 2013

Dissertação - Soneto 3


 Traição no Islã
No mundo ocidental, a traição é comum, de forma geral, uma vez que não é punida pelo Estado e não é considerada crime. No caso do mundo islâmico o adultério é tratado de forma diferente, aqueles que o praticam são punidos pelo governo, punidos de forma extremamente severa, principalmente se a traição for por parte das mulheres, que são injustiçadas em muitos pontos.
Nos países em que a religião muçulmana está diretamente vinculada ao governo, o adultério é considerado um crime quase que hediondo, já que segundo o Alcorão, livro sagrado do Islã, os adúlteros devem ser punidos com a prisão perpétua ou com cem chibatadas. Apesar destas penas serem duras, a que foi adotada nos países mais fundamentalistas (que seguem os costumes à risca) foi ainda mais rígida do que estas, tornou-se comum enterrar uma parte do corpo dos adúlteros e lançar-lhes pedras até a morte, processo conhecido como apedrejamento ou lapidação. Muitos países islâmicos aboliram essa prática, como o Afeganistão e o Paquistão, mas alguns grupos radicais, estimulados pela lei islâmica (Sharia), continuaram praticando o apedrejamento sem o consentimento do Estado.
Nessa punição é possível notar a extrema desigualdade à qual as mulheres são submetidas, primeiramente porque o homem islâmico pode ter diversas esposas enquanto que as mulheres são proibidas tanto de pedirem divórcio como de terem novos relacionamentos, mesmo depois de viúvas, sem ter primeiro o consentimento do Estado. Por isso as mulheres são muito mais propensas a serem acusadas de adultério, mesmo que não o tenha cometido de fato. Não só na acusação, mas também na aplicação da pena as mulheres são desfavorecidas, se durante o apedrejamento o acusado conseguir fugir, é considerado livre, e enquanto os homens são enterrados até a cintura, as mulheres são enterradas até a altura do peito, o que torna a fuga delas muito mais complicada.
Um caso que há alguns anos comoveu o mundo ocidental foi o de Amina Lawal, uma nigeriana que após um relacionamento fora do casamento teve um filho. Amina foi acusada de adultério e condenada ao apedrejamento, mas o pai da criança foi considerado inocente, sem sequer ter feito um exame de DNA. A ONG Baobab for Women's Human Rights, dedicada aos direitos das mulheres, fez uma intervenção e preparou a defesa de Amina perante o tribunal nigeriano. Graças a isso, a nigeriana foi absolvida da pena, mas o caso dela foi uma exceção, muitas outras muçulmanas foram submetidas à mesma injustiça e sofreram a punição.
Assim, tornam-se claras as absurdas injustiças, tanto de acusação quanto de aplicação penal, às quais as mulheres estão submetidas no quesito traição, e em muitos outros. Vale a pena ressaltar que essa não é uma característica exclusiva do Islã, apesar de estar mais evidente nele, isso acontece em todos os lugares.

Isabella, nº20, 1ºA


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